terça-feira

Gigante dos remédios compra farmacêutica de Londrina

A empresa londrinense Nortis Farmacêutica foi adquirida pela companhia Aché Laboratórios, líder de vendas em medicamentos prescritivos que em seu projeto de expansão prevê crescimento de até 15% em 2016. O anúncio foi feito oficialmente aos funcionários na manhã de ontem pelo presidente da Aché, Paulo Nigro. O valor da negociação não foi revelado a pedido dos antigos proprietários.
A Nortis é especializada na produção de antibióticos cefalosporínicos – segmento do qual detém 50% do mercado brasileiro, com uma produção de 20 milhões de unidades ao ano -, além de uma linha de medicamentos isentos de prescrição (MIP) e nutracêuticos. A planta londrinense tem 1,8 mil m² e capacidade de produção mensal de 1,2 milhão de blísteres e 400 mil frascos.
Já o Aché pretende investir R$ 80 milhões em 2016 na ampliação do grupo, que já conta com outras três fábricas em Guarulhos (SP), Santo Amaro (SP) e Anápolis (GO) – valor no qual se inclui a aquisição da farmacêutica local. O grupo emprega cerca de 4,5 mil funcionários, dos quais um quarto nas fábricas. De acordo com Paulo Nigro, a incorporação da Nortis vai ampliar a linha de medicamentos do Aché, em conformidade com o planejamento estratégico da empresa, no principal foco de atuação da companhia, uma vez que antibióticos não podem ser vendidos sem receita médica.
O presidente também classificou o padrão de qualidade encontrado em Londrina como "impressionante". "Se comparar com o que já tínhamos avaliado no mercado, sem dúvida, têm uma cultura de qualidade na gestão que nos impressionou e está muito em linha com aquilo que nós praticamos."

Negociações
As negociações para a transação levaram cerca de dez meses e o processo de integração deve levar de seis a nove meses daqui em diante, de acordo com Nigro. "Acredito que haverá um tempo de aprendizado, de colocá-los dentro da nossa casa, para que possamos aprender sobre essa linha de antibióticos e ensinar um pouco dos nossos processos de gestão. Imagino que, no ano que vem, já consigamos colocar as possibilidades de ampliação e compra de equipamentos", disse Nigro.
A presença do presidente para anunciar a incorporação teve o intuito de tranquilizar os cerca de 60 funcionários. "Acredito que uma notícia dessas tem de ser dada olho no olho, para dar tranquilidade e também as boas vindas ao grupo", justificou. Nigro ainda exaltou o anúncio de expansão no momento crítico da economia brasileira, "no qual só se ouve falar de fechamentos de fábricas e demissões".
O presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Veronesi, avaliou que a chegada do Aché em Londrina, aliada à presença da Sandoz em Cambé, dirigem a região para o caminho de se firmar como um polo farmacêutico. "A chegada de um grupo forte como este começa a tornar Londrina atrativa para outras empresas do ramo e para fornecedores", disse.

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