Ontem, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou que o Instituto Evandro Chagas, do Pará, se uniu à Universidade do Texas (EUA) na pesquisa de uma vacina. A meta é que o produto seja desenvolvido em 12 meses, para depois iniciar os testes clínicos. O medicamento só chegará à população em três anos.
Em outra frente, o Instituto Butantan, com sede em São Paulo, pesquisa uma vacina contra o vírus em cooperação com o NIH (sigla para Institutos de Saúde dos Estados Unidos). Planeja também desenvolver um soro antizika, que poderia ser aplicado em grávidas que contraíssem a doença.
O diretor do instituto, Jorge Kalil, espera que a vacina do Butantan comece a ser testada em um ano. A infraestrutura existente e a experiência decorrente dos estudos com o vírus da dengue podem funcionar como atalhos nos estudos com o zika, disse ele. Na primeira etapa, os investimentos previstos são de R$ 50 milhões. Na fase de testes clínicos, os gastos podem chegar a R$ 300 milhões.
Para chegar à vacina, o Butantan estuda três diferentes abordagens, com uso do vírus inativo, com o vírus atenuado ou ainda a partir de uma modificação na vacina contra a dengue desenvolvida pelo instituto. Já o soro antizika poderá estar disponível em um a dois anos.
Alguns laboratórios internacionais tornaram públicos seus planos contra o zika, enquanto organismos como a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, em inglês) estabeleceram forças-tarefa de especialistas para ajudar nas pesquisas da indústria farmacêutica, em iniciativa similar à adotada no combate ao vírus ebola.
No início desta semana, a francesa Sanofi indicou que poderá iniciar em um ano testes clínicos com o vírus. Segundo o diretor-geral da farmacêutica, Olivier Brandicourt, apesar da possibilidade de início dos testes nesse prazo, chegar ao produto final deve levar pelo menos três anos.
A Sanofi Pasteur, divisão de vacinas da Sanofi, anunciou globalmente no início deste mês seu projeto nessa área. O laboratório já conta com estrutura industrial e para realização de estudos, que foi usada para desenvolver a primeira vacina do mundo contra a dengue. Agora, tem potencial para acelerar um produto de combate ao zika.
"A Sanofi Pasteur está respondendo a um apelo mundial de desenvolvimento de uma vacina contra o zika diante da rápida propagação da doença e de possíveis complicações médicas", disse em comunicado o chefe global de pesquisa da divisão, Nicholas Jackson.
O laboratório indiano Bharat Biotech informou que está em estágio avançado de desenvolvimento de duas vacinas contra o zika e já submeteu ao governo local um pedido de aprovação dos produtos. Pretende concluir os estudos pré-clínicos em cinco meses.
Na frente de combate à dengue, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval ao uso da vacina desenvolvida pela Sanofi no Brasil. A expectativa é de que o produto esteja disponível no mercado brasileiro no próximo mês. A vacina também foi aprovada pelos órgãos reguladores do México, das Filipinas e de El Salvador.
O Butantan, por sua vez, foi autorizado em dezembro a iniciar a terceira e última etapa de desenvolvimento de uma vacina contra a dengue. A estimativa é a de que o medicamento, que consumirá R$ 270 milhões em investimentos nesta etapa, esteja disponível até 2017.
fonte: Valor econômico
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